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terça-feira, 27 de setembro de 2011

SONETO LXXXVIII

SONETO LXXXVIII
Quando me tratas mau e, desprezado,
 
Sinto que o meu valor vês com desdém,
 
Lutando contra mim, fico a teu lado
 
E, inda perjuro, provo que és um bem.
 
Conhecendo melhor meus próprios erros,
 
A te apoiar te ponho a par da história
 
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
 
Então, ao me perder, tens toda a glória.
 
Mas lucro também tiro desse ofício:
 
Curvando sobre ti amor tamanho,
 
Mal que me faço me traz benefício,
 
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
 
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
 
Por ti todas as culpas eu suporto.

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